sábado, 17 de outubro de 2009

Tem amor na rede?


Dias atrás eu falava em uma cidade sobre “as bases neurobiológicas da paixão; onde reviso as características puramente biológicas que nos fazem sentir atração por alguém”. Logo depois recebi um e-mail de uma acadêmica que participou da palestra com uma indagação que transcrevo a seguir:
Nos dias atuais é comum as pessoas se relacionarem virtualmente, diante disso gostaria de saber como ficam os ferômonios (olfato) na conquista? Neste caso eles não seriam determinantes?
Isso me fez pensar e respondi assim:
Bem, a tua pergunta é algo que derruba tudo o que eu falei sobre a característica animal que nos instiga durante o contato pessoal a partirmos para a conquista e privilegia apenas a imaginação. Isso ocorre porque as pessoas não cheiram ou vêem o outro, elas apenas constroem figuras daquilo que imaginam e, nessa imaginação tudo é possível. Por isso, os romances são bem tórridos e às vezes apaixonantes, considerando que não existe nenhuma negativa. Na rede os personagens que estão do outro lado da telinha se permitem tudo, tanto em relação a si mesmos tanto quanto as expectativas do outro.
Logo, eu construo o meu personagem baseado na expectativa do outro e ai tudo dá certo. Entretanto, quando se encontram a realidade pode ser cruel. Apesar disso, existem alguns casos onde os encontros superam as expectativas. Nesses casos não ocorreu muito a utilização de personagens, as pessoas foram mais verdadeiras e agora os instintos estão pré-determinados na conquista daquela pessoa já escolhida.
O problema é que muitas pessoas agem no presencial como se estivessem atrás de um computador, pois constroem personagens e agem de acordo com o estabelecido em seu “enredo”. Em alguns casos essas pessoas acabam nos enganando e temos a impressão de estarmos com uma pessoa, e com o tempo descobrimos que estávamos “dormindo com o inimigo”. Portanto, não podemos ser totalmente racionais para sentir os prazeres da paixão, por outro lado não podemos ser totalmente sentimentais para não cairmos na incapacidade total de analise. Então: até no amor equilíbrio é tudo.

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